Ponto G: o mapa da mina

O primeiro médico a falar da existência do Ponto G foi o ginecologista alemão Ernst Gräfenberg. Isso aconteceu em 1950, o que, em termos históricos, foi ontem à tarde.

Incrível, mas, até hoje, existe controvérsia na comunidade médica a respeito da existência ou não dessa zona erógena feminina. Certamente, por muitos anos, as conversas no coffee break dos congressos seguiam mais ou menos assim:

— Você acredita em Deus?

— Só na Ciência.

— Em seres extraterrestres?

— Sim, e afirmo: eles estão entre nós.

— E no Ponto G?

— Bem, aí a questão é mais complexa.

Havia, é claro, os machões e, para contar vantagem entre os colegas, afirmavam ser experts a levarem suas parceiras a orgasmos múltiplos. Isso, sem falar nas piadas e trocadilhos de mau gosto, como “Na cama, vou direto ao ponto.” Causavam, assim, um desserviço à Ciência e ao bom gosto no uso do vernáculo.

A literatura especializada aponta ser esta zona erógena variável de mulher para mulher, seja na localização, no tamanho e até mesmo na textura. Praticamente invisível aos olhos, e nem sempre fácil ao tato, situa-se logo abaixo do osso púbico, na parede anterior da vagina.

Mas, por que o Ponto G ainda é um mistério para muita gente?

Bem, este texto sem cunho científico, é bom ficar claro, objetiva dar o mapa da mina (caso você seja paulista), da gatinha (carioca), da prenda (dos pampas), do pitéu (em bom cearense), enfim, o caminho para chegar ao Ponto G na maioria das mulheres.

Posso adiantar: é de uma simplicidade espantosa.

Antes de alguma feminista alardear “Que história é essa de roteiro ou fórmula, como se mulheres fossem objetos e bastasse um manual para explicar seu funcionamento?”, esclareço: a intenção não é coisificar o sexo feminino, como se verá na leitura.

Tampouco o contrário! Ou seja: romantizar o desejo sexual. A mulher é livre e dona do seu corpo e de sua vontade. Não precisa estar amando para ter um sexo bom, mas algumas ações do par tornam tudo melhor. E é delas que vamos falar. Isso explicado, vamos ao ponto. (Desculpem, não resisti).

O primeiro engano é atribuir ao sobrenome do médico a nomenclatura dessa zona erógena. O “G” não é de Gräfenberg. Outro equívoco comum, e aí reside a maior dificuldade, é o ponto G responsável por tanto prazer se localizar fora da vagina.

Como disse, é muito fácil levar a maioria das mulheres à loucura na cama. E a dica é: capriche também no que diz e faz antes da transa. Simples assim. Sim, o “G” vem daí:  garganta e gesto e o uso feito deles.

Em alemão, primeira língua a nomear o ponto do prazer feminino, temos gurgel, significando garganta, e gesten, gesto. O geschlecht (sexo) fica ainda melhor quando os mencionados pontos entram em ação.

Não estou falando das palavras sussurradas nem das carícias durante o ato. No caso, a estimulação envolvendo garganta e gesto diz respeito ao estágio pré-sexo. Esse é o ponto.(Perdão, de novo.)

Glande, ops… Grande parte das mulheres não procura atletas sexuais. Querem parceria, aconchego, cumplicidade, carinho. Uma palavra de apoio, um gesto de atenção, também fazem maravilhas na libido e exponenciam um sexo gostoso de “A” a “Z’’, passando, naturalmente, pelo “G”.

Talvez, a maior ironia do famoso Ponto G seja essa: restringir sua busca ao corpo feminino. Essa limitação pode fazer você perder o ponto na hora “H”.

Martha Aurélia Gonzalez escreve, quinzenalmente, no www.clubedecronicas.com.br

Imagens:wwwflordeamor.com

Outono,2018